terça-feira, 10 de novembro de 2009

PÁTRIA MADRASTA VIL

Recebi um email, com o texto abaixo. Procurei no site da UNESCO e achei o trabalho e decidi publicar, corroborando com meu outro texto. É muito interessante para pensarmos, ainda mais com a chegada de mais uma eleição

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REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES

Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.

Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'

A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Você esta fazendo a sua parte para vivermos melhor?

Bom pessoal, infelizmente ultimamente não tive muito tempo para escrever, me perdoem pela falta de presença.

Outro dia, estava ouvindo uma radio de notícias que me chamou muito atenção por um ato que nós provavelmente não fazemos e que é muito importante para todos nós.
Todos nós sabemos que o brasileiro é um povo sofrido, sem memória, ou seja, um povo sem muito patriotismo, não lutamos por um Brasil melhor, apenas esperamos que ele aconteça. Muito disso é explicado pela história, pelas dificuldades enfrentadas na época do Militarismo. Época que a repressão dominava, que a opinião própria não existia.
Logo após a queda desta ditadura, a cultura do brasileiro vem mudando. Hoje, não temos nada comparada aquela repressão, há uma liberdade de expressão, veio o código do consumidor entre outras coisas boas e ruins.
O brasileiro mudou, passou a ser mais exigente (é verdade que falta muito ainda, mas já é alguma coisa), passou a reclamar, a buscar seus direitos, a lutar por ele. Contudo, é muito engraçado parar e ver que direitos ele busca em sua grande maioria.
Vocês já pararam para perceber que muitos reclamam dos serviços e produtos produzidos pelas empresas privadas e muitas vezes vão a justiça buscar seus direitos? Mas quando os serviços, legislação, entre outros vindos do governo que não agradam ou não aceitamos, etc? Nós só reclamamos? Mas alguém vai buscar estes direitos na justiça? Na hora do voto? Você cobra o vereador, prefeito, deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente que você elegeu?
Tenho certeza que muitos de nós trabalhamos no setor privado, onde temos metas, cobranças, temos que pensar nos donos, investidores, sócios etc.
Mas quantos de nós paramos para perceber que nós somos investidores, donos, sócios da empresa BRASIL???? Estes vereadores, prefeitos, deputados estaduais, governadores, deputados federais, senadores e presidente são nossos executivos e que caso as coisas não estejam dentre do conforme nós temos que cobrar por resultados.
Durante este tempo de ausência, passei por uma situação difícil. Ao fazer minha corrida rotineira, um elemento veio de bicicleta por trás e em um movimento muito rápido, levou minha corrente de ouro. Neste movimento e pelo susto me desequilibrei e cai, fraturando o cotovelo e pulso além de romper os tendões da clavícula com ombro. Foi um belo de um tombo! Logo me recuperar apareceu uma viatura da Polícia e tentamos encontrar tal sujeito, que sem dúvida desapareceu. Ao contar este fato para conhecidos, em sua maioria rogam praga para este elemento, falam da falta de segurança, da Política, impunidade etc... Mas o que eu fiz para evitar este roubo? Eu cobrei os governantes? Eu acompanhei o que eles fazem? NÃO!!!!
Quando nós somos mal tratados por um funcionário público, ou quando você vê uma má vontade em fazer o que você solicita dentro das regras, ou quando você vê um pedido seu indeferido sem uma resposta coerente, o que fazemos? Nós vamos buscar nossos direito na justiça? Ou apenas pensamos, “vai dar muito trabalho, deixa para lá”? Mas o por quê que nós buscamos o direito na justiça quando algo acontece no setor privado?
Afinal, tudo que você compra, tem imposto, você paga imposto para morar, para andar de carro, para andar de ônibus, para receber salário. O que não falta é imposto. Tudo isso para que a vida em comunidade seja justa com todos. Mas o que nós fazemos para que isso aconteça? Este funcionário que lhe tratou mal é pago com o seu dinheiro, ele é pago até com o dinheiro dele próprio. Você tem que lutar pelo seu direito sim!!!! Tem dizer o que esta de errado, tem que ir a justiça.
As vezes ouço comentários que não basta o governo fazer, nós temos que fazer também. Para mim isso esta totalmente errado. O GOVERNO NÃO FAZ A PARTE DELE. Porque eu vou ter que cuidar da praça perto da minha casa? Porque eu vou ter que asfaltar? Porque o governo não faz? Então eu não vou ter que pagar mais meus impostos? TEM ALGO DE ERRADO.
Nós temos que lutar pelos nossos direitos também no setor público, buscar o que é certo, pois somos nós que fazemos esta máquina girar, somos nós que colocamos dinheiro. Não tem ninguém fazendo favor para você. Eles não fazem nada mais que a obrigação deles.
Ai fica minha pergunta. Você tem feito seu papel? Você tem cobrado? Você tem exigido seu direito e dinheiro no setor público?
Caso sua resposta seja igual a minha, ou seja, NÃO, deixo outra pergunta:
Nesta próxima eleição, você não pode fazer a diferença? Você não pode avaliar melhor seu candidato? Depois de eleito, você não pode cobrá-lo? Isso já não é o início?
Vamos lutar por um Brasil melhor, por um mundo melhor, mas como Gandhi disse:
“SEJA A MUDANÇA QUE VOCÊ QUER NO MUNDO”